Um pouco sobre mim

Compartilho minha trajetória, desde uma infância feliz até desafios após uma mudança drástica, moldando minha paixão pela educação e psicopedagogia.

Gabriela Mund

Um pouco sobre mim – Gabriela Campos Mund

Não se trata de uma história cor de rosa, cheia de corações e bolinhas de sabão, mas também não existe razão para ser um filme de terror.

Bom, nasci numa família “normal”, tinha pai, mãe, duas irmãs, sendo que eu sou a irmã do meio. Quando criança eu fui muito feliz! Tenho ótimas recordações da minha infância, e tudo naquela época tinha o som dos nossos risos, meus e das minhas irmãs, que de uma forma ou de outra, mesmo em meio a brigas normais de toda família, brincávamos o dia todo. Tínhamos amigas e os dias se passavam nas brincadeiras e nas coisas da escola.

Quando tinha 8 anos, meus pais foram transferidos para uma cidade muito longe da onde vivíamos, e aí, por um tempo, as coisas ficaram um pouco difíceis. Estávamos acostumadas as passar os finais de semana na casa do vô e da vó e sempre envolvidos com primos, tios e amigos, éramos muito felizes, mas de repetente isso acabou! Para nós por um tempo foi muito difícil, na verdade, todo o tempo que estivemos lá, bem longe do nosso lugar, foi bastante difícil. Foi nessa época, nessa grande mudança que percebi que a vida não era exatamente o que eu imaginava, e comecei a ter medo. Medo de ficar sozinha, medo de perder meus pais, medo, medo, medo. Após alguns anos, percebi que o que vivi naquela época foi uma depressão infantil, em decorrência de um fato bastante agressivo que foi a nossa mudança para longe, muito longe do nosso lugar. Bom, mas a minha mãe era a melhor mãe do mundo e ela conseguia fazer tudo parecer melhor. E assim se passaram alguns bons 7 anos.

Com 14 anos, a minha vida mudou, eu mudei, minha família mudou, tudo mudou. Não mudamos de casa dessa vez, quem mudou foi o mundo que me cercava. Descobri um lado um pouco mais escuro da vida, e de certa, gostei, e me joguei de cabeça. Um tempo depois, recebi a primeira lição da vida, que não foi nada sutil, e consegui sair um pouco daquele lugar em que eu havia me jogado de cabeça. Fui então procurar um emprego, e em pouco tempo, eu estava empregada! Fui dar aulas de inglês e recreação para crianças da pré-escola, planejava sair de casa e seguir sozinha a minha vida. E assim, no final do primeiro mês eu percebi que as coisas não seriam exatamente como eu imaginava, e com o meu primeiro salário consegui comprar apenas um par de sapatos! E tenho a impressão que esse par de sapatos me trouxe até aqui hoje, me calçou os pés e a alma durante esses 26 anos, sendo um parceiro incrível e bastante resistente, pois caminhamos bastante.

Já com 15 anos, meu pai, por vontade da minha mãe, foi transferido de novo para o nosso lugar e isso me ajudou um pouco mais a sair daquela vida que eu vivia. Deixei amigos, emprego, juntei meu sapato e voltamos.

Anos e anos se passaram... segundo grau, vestibular, faculdade, trabalho, emprego, cursos, casamento e filhos... Bom, deixe-me voltar um pouco no item faculdade. Meu primeiro emprego foi numa escola, em meio as crianças, onde eu dizia para a minha mãe, que amava aquele lugar, por que ali eu podia ouvir as músicas que eu gostava, por que ali eu podia ser eu, e não precisava crescer. Estava no meio do MEU MUNDO... mas mesmo assim, esqueci disso na hora de fazer o vestibular. Por isso, tive que dar uma volta bastante grande... para chegar aqui hoje. Talvez eu precisasse dessa volta toda, talvez não... não sei ainda.

Com a chegada dos filhos, descobri que a educação corria em minhas veias, fazia parte da minha alma. Aquele ambiente era o meu lugar, mas o que fazer agora? Bom, os anos foram passando e eu fui observando, com um olhar que é só meu, pude ir aprendendo e percebendo muitas coisas que me fizeram crescer. Acho que me tornei pedagoga assim que me tornei mãe... será que isso seria possível. Me permiti entrar nesse mundo, participar da vida na escola. Brincar com meus filhos e com seus amigos. Me tornei parte desse mundo e ajudei-os a construir o deles, de forma bem ativa e intensa, eu estava presente.

Os anos se passaram, e a vida deu uma guinada! Algo precisava ser feito! Algo dentro de mim me chamava e eu não sabia exatamente o que era, mas eu sabia, que não estava no lugar certo na hora certa. Eu estava adoecendo, não podia mais continuar daquele jeito. Me parecia que tudo estava fora do lugar e minha casa estava uma bagunça. Na verdade, toda a bagunça acontecia dentro de mim. Puxei o freio de mão e esvaziei parte daquilo que me pesava.

Segui então, por longos períodos de autoconhecimento, alguns períodos intensos de fundo do poço, momentos incrivelmente felizes, e muitas, mas muitas curas foram feitas nesse período em que me permiti ver todos os meus erros, que foram se tornando conscientes, e curando, perdoando, limpando todos eles, a fim de me tornar uma pessoa melhor.

Bom, e aqui eu cheguei. Voltei a estudar a minha paixão, e terminei a minha pós-graduação em psicopedagogia, o que me torna, de certa forma apta a trabalhar em escolas. Foi um período de muito aprendizado, muito mesmo! Mas percebo cada dia que passa, que a vida acontece fora da sala de aula, o grande aprendizado acontece dentro da gente mesmo, quando temos olhos para ver e a alma pronta para sentir.

Um mundo novo está sendo desenhado em frente aos meus olhos, e minha missão nesse processo, é mostrar a todos que quiserem ler e saber, enxergar e sentir com os olhos do coração o que estou querendo dizer. Não há tempo para dúvidas. Se sentir que vale a pena, venha comigo nessa caminhada em busca de aliviar o peso que a Educação recebeu todo esse tempo, em que foi usada para justificar muitas coisas desnecessárias. Vamos seguir e ver o que pode ser feito daqui pra frente. Com os olhos e corações abertos, para esse mundo que há de nascer, só depende de mim, de você e de quem mais quiser seguir nessa caminhada.

EU SOU Gabriela Mund