As famílias

Descrição do postA estrutura familiar mudou, trazendo novos desafios e doenças emocionais. Pais e filhos estão desconectados. Precisamos urgentemente reconectar e apoiar as famílias para preservar a saúde mental das novas gerações..

Gabriela Mund

babys hand on human palm
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Sobre famílias

Não há como observar uma situação social, compreender, buscar ampliar a visão sobre ela, sem analisar de forma estratégica as pessoas que a compõe. Pessoas de carne e osso, em cujas veias circula o mesmo sangue de todos os outros. Que possuem um passado, lembranças e um coração que assim como o meu, pode estar cansado de sofrer.

Um coração que transborda o que o corpo e a mente estão exaustos de sentir. Exaustos de remar contra a maré, e precisam apenas de atenção, amor e talvez que alguém lhes mostre que há outro caminho. E que o destino, está em suas mãos, ou melhor, em seu coração e em seus pensamentos.

A família mudou! Mudou o cenário e em muitos casos, as mudanças foram bastante grandes. Aquela velha formatação de pai + mãe + filhos é, em muitos casos, um sonho de muitos, mas não mais a realidade da maioria. A mudança da sociedade trouxe consequências para dentro da família e para seu funcionamento.

A mulher saiu de casa, e passou a ser também provedora de recursos o que tirou, de certa forma, o poder do homem, que antes era o único provedor da família, e por isso detinha um certo tipo de poder. Agora ambos trabalham, com muitas possibilidades de futuro e de trabalho.

Esse fato trouxe sem dúvida alguma, a independência da mulher, e com isso o número de casamentos desfeitos cresce de forma bastante acelerada.

Bom, com os pais sempre trabalhando, aos filhos restou encontrar na escola, um local para passar o dia enquanto os pais trabalham avidamente para ganhar os recursos necessários para uma vida melhor.

O homem por outro lado, perdeu o papel que antes, lhe garantia o papel de chefe da família, e adoeceu. A mulher que assumiu mais uma função além de dona de casa e mãe está cansada e adoeceu.

Os filhos, que passam mais tempo com estranhos, em escolas, com babás, com secretárias do lar não sabem mais da vida de seus pais, só sabem que estão trabalhando. Eles estão sozinhos também, e adoeceram.

Nesse contexto familiar, todos adoeceram. Todos dentro de uma mesma casa estão sozinhos. As doenças como ansiedade, depressão, câncer e tantas outras estão aí para nos mostrar. O Brasil é um dos maiores, se não o maior país no consumo de anti-depressivos. Os índices de suicídio aumentaram, e a alegria foi embora. Ela visita a todos naqueles momentos em que estão planejando um passeio em família, mas logo se perde quando percebem que não há conexão.

Em muitos casos, os filhos ficam em casa com um funcionário, ou em escolas durante o dia todo, para que no final do ano passem uma semana viajando.

Em muitos e muitos outros casos, os filhos ficam em casa sozinhos, independente da idade, se expondo diariamente a perigos (que crianças não deveriam correr), vulneráveis a todo tipo de maldade, e mesmo assim, lhes falta muita coisa.

Em ambos os casos, as crianças dessa nova sociedade ficaram sozinhas. Foram abandonadas física e emocionalmente.

E então nos questionamos sobre a Saúde Mental dos nossos jovens. Chamamo-los de geração mimimi. Criticamos sua falta de atitude, sua apatia, sua forma de viver e se relacionar conosco, os pais. Mas eles perderam a BASE! Eles não tem, hoje, o “porto seguro” para crescer e aprender com segurança!

Infelizmente nesse mundo de hoje, as crianças e jovens possuem mais conexão com estranhos, do que com seus pais.

Muitas vezes professores ou outros adultos da relação diária deles, se tornam o ouvido, o colo, o aconchego que não existe mais em casa.

A conexão familiar está gritando por socorro!!!! Estamos todos, gritando por socorro, sem ao menos sabermos que estamos fazendo isso. A responsabilidade de ter um filho é muito maior do que imaginamos, e uma hora, a consciência grita por socorro!

É urgente olharmos essa nova geração! Não de crianças... não...

De pais... de pais...

Os pais precisam de ajuda, para que não percamos as crianças...

EU SOU Gabriela Mund